quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A estrela que voltou pro céu.

E é sempre muito difícil compreender esse aperto,querida. Esse aperto que trás consigo a certeza de que tudo passa.
ah, como eram lindas e vivas as estrelas e como me sorria o luar. Como meu coração acelerava quando eu sentia que estavas vindo, que cada segundo era um a amenos pr'Eu te encontrar. Via as cores das flores distantes e até sorria para as pedras para que elas se sentissem amadas...
Agora fostes embora e deixou a noite tão escura e longa. As estrelas que eram tão brilhantes, agora me parecem tão tímidas e distantes, e te vejo lá, sempre linda e brilhante, mas muito distante dos meus braços que são tão teus (já não tenho mais meus abraços). As flores me parecem pálidas e mortas e o luar se escondeu atrás das nuvens também cinzas.
Fostes e és, para mim, uma linda estrela que desceu aqui na proa do meu barco, mas que o céu te chamou de volta. Só peço que me ilumines, de alguma forma, nunca dependi do teu brilho, mas agora não conseguirei mais viver se não estiveres aí no céu...mesmo que por trás das nuvens.
Me resta agora te guardar aqui,dentro de mim, e imaginar o que estais fazendo agora, se dormes bem ou se tens medo do escuro do teu quarto que nem conheço.
Estais aqui, nesse corpo sem braços nem abraços, num lugar que sei que, por mais que o tempo e a distancia digam que não, ainda estamos abraçados...
E se eu sorria para as pedras enquanto te esperava, hoje suplico para alguém sorrir para alguém que, depois de uma noite linda e de ouvir um triste adeus, virou pedra também.

...e sinto um aperto.Um aperto de quem teve o coração levado embora ou dado para quem não volta mais...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

pérolas ao luar

...nessas últimas noites de silencio e distancia, me deparei com uma ilha ao longe.Não tinha luzes, mas a luz do luar trouxe suas cores até mim como pétalas de luz espalhadas em cima de uma mesa.Achei familiar aquele concerto de luzes e resolvi me aproximar ,ou por encanto ou por estar navegando em círculos e apenas seguir a rota da minha vida.

Havia um cais lindo, como quase não existe e uma moça que andava pela praia sozinha, mas sorridente (e por que mão falar que até seu sorriso brilhava como pérolas?). Tive um susto, como poderia estar ali aquela que foi, é e sempre será minha estrelinha do norte?! não hesitei e pulei ao mar. Ah como foi glorioso aquele abraço cheio de descobrimento e saudade! Ah, como foi claro aquele silêncio que nos rodeava enquanto nos abraçávamos!

Ali mesmo, onde a lua podia nos ver, nos sentamos. Sequer procuramos um outro lugar mais confortável.P or alguma razão que não conheço, meus braços já não eram mais meus e agora , a própria lua não via mais dois seres separados. Falei dos mares que percorri nesses dias tão eternos e me esqueci até de que eu era alguém sempre a vagar. "por que não páras relógio?não me faças padecer,ela irá para sempre,logo o sol vai nascer" Como foram eternos aqueles abraços e aqueles risos (já tinha até mesmo esquecido de como era sorrir).

Ela estava cansada, então resolvi ir para o meu barco e esperar para que, quando ela descansasse, eu pudesse, então, continuar aquilo que foi eterno.Deixei uma pulseira.Sem motivos, apenas por saber que eu iria voltar para buscá-la.

E, tendo um final como essa noite, quando acordei o sol já despontara e a ilha já não mais lá estava.Meu barco se soltara do cais sem eu notar e agora estou aqui mais uma vez à deriva, nessa noite fria e sem estrelas, sem minha pulseira e sem ela, ainda me perguntando se foi real ou se só foi um sonho/dádiva do meu destino para que eu volte a me lembrar que existe aqui um coração entre os sonhos e essas botas gastas e molhadas.