...nessas últimas noites de silencio e distancia, me deparei com uma ilha ao longe.Não tinha luzes, mas a luz do luar trouxe suas cores até mim como pétalas de luz espalhadas em cima de uma mesa.Achei familiar aquele concerto de luzes e resolvi me aproximar ,ou por encanto ou por estar navegando em círculos e apenas seguir a rota da minha vida.
Havia um cais lindo, como quase não existe e uma moça que andava pela praia sozinha, mas sorridente (e por que mão falar que até seu sorriso brilhava como pérolas?). Tive um susto, como poderia estar ali aquela que foi, é e sempre será minha estrelinha do norte?! não hesitei e pulei ao mar. Ah como foi glorioso aquele abraço cheio de descobrimento e saudade! Ah, como foi claro aquele silêncio que nos rodeava enquanto nos abraçávamos!
Ali mesmo, onde a lua podia nos ver, nos sentamos. Sequer procuramos um outro lugar mais confortável.P or alguma razão que não conheço, meus braços já não eram mais meus e agora , a própria lua não via mais dois seres separados. Falei dos mares que percorri nesses dias tão eternos e me esqueci até de que eu era alguém sempre a vagar. "por que não páras relógio?não me faças padecer,ela irá para sempre,logo o sol vai nascer" Como foram eternos aqueles abraços e aqueles risos (já tinha até mesmo esquecido de como era sorrir).
Ela estava cansada, então resolvi ir para o meu barco e esperar para que, quando ela descansasse, eu pudesse, então, continuar aquilo que foi eterno.Deixei uma pulseira.Sem motivos, apenas por saber que eu iria voltar para buscá-la.
E, tendo um final como essa noite, quando acordei o sol já despontara e a ilha já não mais lá estava.Meu barco se soltara do cais sem eu notar e agora estou aqui mais uma vez à deriva, nessa noite fria e sem estrelas, sem minha pulseira e sem ela, ainda me perguntando se foi real ou se só foi um sonho/dádiva do meu destino para que eu volte a me lembrar que existe aqui um coração entre os sonhos e essas botas gastas e molhadas.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
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