terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

sonhos mortos e esperanças destiladas

...E tudo é igual à noite anterior. O bar, as mesas, as garrafas que estão na prateleiras postas a serem desalmadas. ela se senta no mesmo lugar de sempra, no balcão de frente para as bebidas, onde sempre admira a morte do que é tanta vida para a maioria. Seu corpo frágil, inclinado para a frente, o suficiente para encostar seus finos cotovelos no balcão. Pede a mesma bebida de sempre: - por favor, um gim com tônica.
O garçom já não fala nada, nada pior do que perguntar à alguém que não vive se tem novidades.
Não fala com ninguém , apesar de cumprimentar quase todos com seu velho sorriso amarelo por causa da nicotina. Apenas declina sempre sua cabeça como quem procura ler algo escondido entre as frestas da madeira do balcão.
Antes sua cabeça pensava, procurava respostas, hoje apenas um vazio lhe percorre o que fora sonhos. Seus cabelo ruivos chama a atenção de longe, como uma cortina que foi esquecida pelo empregado do teatro após o show. Os presentes no bar passa-lhes como imagens que um fotografo qualquer fez questão de deixar a velocidade da máquina no infinito, captando,assim, apenas vultos, cores, rastros de luz.
Todas as noites são assim, todas a conhecem, mas ninguém nunca lhe perguntou porque sua cabeça e seus olhos nunca saem da bebida, porque nunca tem amigos de peito, mas, na sua bolsa nunca falta cigarros.
Seus olhos sempre estão rpesos nas garrafas com líquidos coloridos e é como se ela visse, nesses liquidos cromaticos os mesmos sonhos que morreram prematuros no coração de alguém de vinte anos...nada mais resta a fazer quando os sonhos nunca nascem, quando apenas chutam sua barriga....

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