quarta-feira, 12 de novembro de 2008

infinita distância à centimetros

...como havíamos nos prometido, estamos na mesma mesma hoje a conversar sobre o amor. Casais trocam carícias e outros solitários procuram bocas para ajudar a passar essa noite fria.
Estsias,como sempre, vestindo preto,e, por sinal, aquele vestido que eu adorava quando usavas. Adorava até mais que te ver nua, posando para mais uma tentativa minha de te manter imortal para os outros.
Te inclinas para frente, sinto teu cheiro e chego até próximo de ti o suficiente para lembrar do calor do teu beijo. Bem de perto, teus cabelos se desenham como ondas do mar...Ah, como me lembro daquela vez na praia, onde éramos, tú e eu, únicos no mundo.Como me lembro das estrelas que te dei, daquele tempo que parava quando minha mãos tocavam teus ombros enquanto estavas perdida no horizonte.
Então me falas de tudo que é novo pra ti, teus novos amores e teu novo futuro mas, quando falas em futuro, nesse momento, me lembro daquela nossa velhice juntos,nosso filhos já grandes e nossa casinha branca na serra como inventamos.
Não consigo prestar atenção quando falas de coisas do teu dia e, quando presto, é pra me imaginar no lugar desse outro amor que teus olhos brilham quando é o nome dele que se pronuncia nessa boca que tanto foi minha.
no meus desespero, rexo para que a única distância entre nós fosse esse espaço onde estão colocadas uma dose de gin e uma cerveja ,já pela metade, de alguma marca holandesa.
Me falas, falas e falas. Enquanto isso, envolto em imaginação, que estamos juntos. Coloco palavras e finjo que quando pegas o cigarro na outra mesa, estais pegando um pra mim enquanto planejamos o que será do dia de amanhã (filhos, casa, viagens).
e, por fim, nesses dois minutos de conversa enquanto me falas do que é e que sonho com o que poderia ser, me perco em nosso futuro, nesse futuro só meu mas que és personagem principal de , nós ,se apagando aquela eterna chama, cuidando de nós mesmos,velhos, esperando a morte...e quanto isso ainda me resta esperanças que a morte, por fim, poderá nos unir denovo?

...e, por um segundo, mudas minha existência, voltando a me fazer aquele adolescente que roubava rosas do jardim daquela velha víúva para te dar...

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